quinta-feira, 13 de outubro de 2011

O Palmeiras e a crise sem fim

Nesta noite de quarta-feira, o Flamengo saiu na frente, mas permitiu que o Palmeiras empatasse. O jogo terminou em 1x1. Péssimo para o Rubro-Negro que, jogando em casa, perdeu a oportunidade de somar dois outros pontos contra o time de Felipão - mergulhado nas crises - e encostar de vez nos líderes do Campeonato Brasileiro, firmando ainda mais sua candidatura ao título. Motivo de comemoração para o Verdão, não fossem as intrigas que rondam os batidores do Palestra.

Recentemente, o jogador João Vítor foi agredido por um grupo de torcedores em frente à loja oficial do clube. O volante registrou queixa na delegacia e se pronunciará oficialmente sobre o assunto nesta quinta-feira. No entanto, um torcedor também registrou queixa contra o jogador. Talvez, por sentir que o atleta possa ter "culpa no cartório", Felipão não tenha, dessa vez, batido de frente com a organizada, como já fez esse ano.

Quando Felipão se dirigiu ao grupo lamentando o ocorrido e disse que "este tipo de coisa (a agressão) acontece, mas o rapaz está bem. Vamos para o jogo.", a polêmica se extendeu a Kléber. O atacante rispidamente indagou: "Foram na sua casa? Foram na minha!", referindo-se a torcedores da Mancha Verde. A resposta fez com que o jogador e Felipão batessem boca.

Agora, convenhamos, esse tipo de coisa não acontece. Ou não poderia acontecer. É incrível como, no Palmeiras, tudo se torna possível. Nada se resolve. Todos os problemas vão se acumulando e formando uma bola de neve até chegar ao ponto de um jogador ser agredido. E Kléber, com o bom oportunismo de um atacante, aproveitou a chance e estourou - como se precisasse - mais uma bomba dentro do clube. Perdeu ótima chance de permanecer calado.

Desde que chegou pela primeira vez ao Palmeiras, o Gladiador tem uma relação de amor e ódio com o clube. O que não falta são polêmicas envolvendo o nome do jogador, um dos principais do time. Uma conturbada transferência para o Cruzeiro, com torcedores o chamando de mercenário; críticas públicas, via Twitter e entrevistas, criticando e ofendendo o vice-presidente Roberto Frizzo; a possível ida para o Flamengo; discussões com Luiz Felipe Scolari; entre muitas outras. Se fosse listar todas, não concluiria este post ainda hoje. Sempre foi perdoado pelo treinador e diretoria.

Dessa vez, porém, parece ser diferente. A paciência dos dirigentes e de Felipão parece ter chegado ao fim. O jogador não viajou para o Rio de Janeiro e Luiz Felipe Scolari disse que Kléber não jogará mais pelo Palmeiras, em entrevista pós jogo.

O atacante entende que o treinador joga a torcida contra o elenco ao reclamar publicamente do time e falar de reforços para 2012. Não acho que seja completamente verdade, mas o jogador pode ter uma parcela de razão. Perde toda ela quando joga na imprensa esse tipo de irritação com o comandante, ao invés de resolver internamente com o próprio.


Os fatos são:

1) Talvez, as críticas públicas piorem, realmente, o ambiente interno.
2) Se Felipão faz críticas ao elenco, Kléber faz aos dirigentes e ao técnico. Ou seja, Kléber critica o treinador por ele fazer uma coisa e, assim, faz o mesmo.
3) O elenco palmeirense é, de fato, muito fraco. Felipão deve, com urgência, pensar em reforços para o ano de 2012, pois está a cada rodada mais afastado da briga pela classificação para a Libertadores. A disputa pelo título já foi abandonada.
4) Luiz Felipe Scolari tem também sua culpa em relação à qualidade do time. O treinador não conseguiu formar uma equipe competitiva. É ele quem comanda tudo.
5) Felipão já, publicamente, defendeu alguns de seus jogadores, perseguidos pela torcida, como Marcos Assunção e Luan, assumindo toda a responsabilidade pela escalação deles e possíveis más atuações.
6) Nunca, com nenhum treinador, Kléber foi capitão de um time que defendeu. Só com Felipão.

Entre um e outro, fico com o técnico e continuo acreditando no que pensava. Palmeiras: ruim com Felipão, pior sem ele.

Em breve, as especulações em torno do futuro de Kléber surgirão. Onde o atacante vai jogar? Você gostaria de vê-lo com a camisa do seu time? Eu não.

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