segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Vasco da Gama, o time do ano

"Antes de qualquer coisa, preciso agradecer a vocês, meus jogadores, por esse ano. Não há nada que possa me motivar mais do que vê-los jogar dessa forma. Cada vitória, cada gol e cada momento de superação me fazem perceber o quanto preciso melhorar para voltar. Para coroar esse ano, precisamos de mais essa vitória. Força e garra no clássico”, disse Ricardo Gomes em sua carta para o elenco cruzmaltino. O treinador, no entanto, enganou-se. Para coroar esse ano não era preciso fazer mais nada. Ganhar o dérbi contra o Flamengo era apenas um detalhe para a torcida vascaína. Ainda bem, pois o triunfo não ocorreu.

Quanto à força e garra, o time obedeceu com maestria, mas deixou uma dúvida no ar: teriam eles jogado dessa maneira para atender ao pedido do "enganado técnico" ou por, simplesmente, ser dessa forma que atuaram durante a temporada?


Empenho, superação e dedicação são palavras marcantes neste ano do Vasco da Gama, que, mais do que nunca, fez jus à alcunha de "Time da Virada". Do pior início de Campeonato Carioca, com 4 derrotas consecutivas, o clube, com a chegada do Prof. Ricardo Gomes, foi à final da Taça Rio, venceu a Copa do Brasil e, "por respirar vitória", como Fernando Prass disse, foi à semi-final da Sul-Americana e Vice-Campeão Brasileiro.

A Tríplice Coroa não veio. E talvez não tenha vindo por ambição de vencer tudo, o que todo clube que se diga grande deveria se propor a fazer. Em contrapartida, o orgulho de ser Vasco retornou. Há tempos uma equipe não representava tão bem, dentro de campo, a paixão de um torcedor da arquibancada. Reconhecendo isso, após o término do Clássico dos Milhões, mesmo sem o título, a torcida continuou a cantar no Engenhão para reverenciar seus "guerreiros".


O Vasco, em 2011, não ficou gravado como "Campeão Brasileiro". Tampouco como "Campeão da Sul-Americana". E, francamente, o azar é dessas duas competições. O Vasco da Gama, ao jogar bonito, com raça e superando-se a cada dia, conquistou-as. Elas é que não conquistaram o Vasco da Gama, que é muito mais difícil.

Quem ganhou o Gigante da Colina - agora mais gigante ainda - foi a Copa do Brasil e, da mesma forma que aconteceu com as outras duas competições citadas acima, não foi por conta dela que a equipe ficou gravada neste ano. O time será lembrado pelas viradas épicas contra Aurora (8 a 3) e Universitario (5 a 2); pela vitória contra o Fluminense aos 45 minutos do 2º tempo, com gol de Bernardo; pela superação de cada jogo e por muitas outras razões que marcaram a trajetória cruzmaltina de janeiro a dezembro.


Neste último mês, concluída a última batalha, os vascaínos foram "vice". É o preço que se paga, às vezes, por brigar por títulos. Seguindo essa filosofia de "exaltar" quem fica em 2º lugar, pode-se, por exemplo, parabenizar o Fluminense por ter sido "vice do vice". Já o Flamengo, melhor: "vice do vice do vice".

"Antes de qualquer coisa" - para concluir da maneira que Ricardo Gomes iniciou sua carta de agradecimento aos seus jogadores por seu ano - a torcida precisa agradecer a ele e ao seu auxiliar Cristóvão Borges, que deu continuidade ao projeto. Na ponta do lápis, quem tem mais motivos para comemorar, sem dúvida alguma, é a imensa torcida vascaína, que foi feita bem feliz e se despediu do time aos gritos de "É campeão". Não há precedentes de tão bom emprego de tal expressão no futebol brasileiro.

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